Infortúnios ocultos: quem não os tem?

Oi gente!
Semana começa com lua crescente que ficará cheia na quarta-feira para deleite dos "lunáticos" de plantão, um deles, esta que vos escreve. E essas noites lindas que estão fazendo me levam a pensar, e muito!!

Hoje eu queria falar sobre dor.

É, tem dor de todo jeito. Tem dor de dente, dor na lombar, dor de cabeça, dor nas juntas, dor no joelho, dor de barriga. Essas são até melhores porque com remédio se resolve. Têm tratamento na medicina do mundo.

Outras dores são mais cabulosas para se livrar, porque não tem remédio que dê jeito!!
A tal da dor de cotovelo?!! Essa é danada. Dói pra caramba. Pense num negócio pra incomodar?!

Tem a tal da dor de consciência, outra dor sem noção!!! Aperreia o cristão até o fim, ou seja, até ele resolver a situação seja com um pedido de desculpas, de perdão, ou refazendo as coisas de forma mais correta.

Tem também a tal da dor da solidão, que dói lá dentro...

Mas tem uma dor que "é pra torar o cristão em dois". É a tal da dor moral. São os chamados infortúnios ocultos, dos quais nos fala o evangelho. Aquelas dores que a gente não quer confessar nem pra gente mesmo! São coisas que ficam dentro de nós, que carregamos uma existência inteira com medo de falar, de encarar, de resolver. Algumas vezes com medo da reação das pessoas, se souberem o que se passa no nosso interior. "O que fulano vai pensar??" O que ele vai pensar eu não sei, mas sei o que vai acontecer se a gente não começar, seriamente, a resolver essas questões. 

Muita gente interpreta a passagem dos infortúnios ocultos, apenas como o compromisso de socorrer as dificuldades materiais pelas quais as pessoas passam. Lê-do engano achar que o texto se refere apenas a isso. É fato que existem seres com muitas necessidades materiais na nossa sociedade. Porém, muito maior é a quantidade de gente com escassez de amor, de carinho, de objetivos, de ideais, de auto estima, de fé, de sonhos.

Maiores são as dores íntimas, principalmente relacionadas ao campo afetivo, pois todos somos necessitados de carinho e afeto. A fuga dessas dores nos leva aos "analgésicos e alucinógenos" dos sentimentos, tais como bebidas, drogas, sexo, relacionamento fúteis. Nos jogamos no trabalho, viramos "workaholics", que é a palavra da moda, para fugirmos de nós mesmos através da ocupação de todo nosso dia com coisas "de fora", de forma que não tenhamos que encarar as "coisas de dentro".

E as dores continuam lá. Julgamos as pessoas pelo que elas demostram por fora e não paramos para pensar no que elas estão carregando por dentro, suas frustrações, desilusões, mágoas, medos. Alguns endurecem por causa dessas dores, se tornam amargas, revoltadas e querem descontar no mundo o que lhes passa no íntimo.

As dores da alma são penosas porque só a gente pode resolvê-las. Ninguém mais.
Para essas, não tem remédio, não tem alucinógenos que deem jeito. Só há uma solução: encará-las, senti-las, permitir-se vivenciá-las para poder tratá-las e requalificá-las.

Veja que o diamante para se tornar aquela pedra maravilhosamente linda e brilhante, antes precisou passar pela dor da martelada que retirou dele todo o carvão escuro que lhe revestia. O caroço do milho para virar a belezura e a delícia da pipoca tem que passar pelo fogo quente que o faz estourar quando ele pensa que não vai mais aguentar a pressão. Pronto: deixa de ser algo duro para se transformar em algo macio e alvo.

Assim somos nós, seres humanos em processo de crescimento e evolução.
Passamos pelas provas das marretadas nos nossos orgulhos e vaidades para aprendermos a beleza e o poder da humildade. Somos pressionados pelas angustias, carências e medos até a gente pensar que não vai mais aguentar e ai, pimba!! Eis que a gente começa a resolver essas situações e sai mais forte, mas determinado sobre o que queremos da vida e, claro, mais felizes.

Mas para que isso aconteça precisamos ter coragem e confiança. E, óbvio, mãos amigas que nos socorram quando a nossa escassez intima estiver muito grande, para nos amparar, fortalecer, estimular a prosseguir.

Por isso lhe digo: se você está sofrendo nesse momento ou com alguma dor inconfessável, abra seu coração e bote pra fora. Não tenha medo de sentir, nem de assumir suas dores. Aceite-as, converse com elas, veja o que elas desejam lhe dizer e depois disso: levante, sacuda a poeira e dê a volta por cima!! 

Procure alguém de sua confiança e se abra. Compartilhe com quem sabes que vai poder te ouvir sem julgar, te estender a mão e apoiar (mesmo sem entender nada).

Você consegue!!!!
Porque você é luz e essa luminosidade habita dentro de ti.

Já falei em outra oportunidade que somos como as fases da lua. Pois bem. Essa semana é lua cheia o que significa que tá na hora de "brilhar a nossa luz".

Não se esqueça de que Lá em cima, tem alguém que gosta muito de você!!
Acredite nisso!
Bjs e uma semana iluminada pra ti!!
Xanda

LEMBRE 
(Grupo Semente)

Quando uma tristeza tomar seu coração,
não se desanime e cante uma canção
e lembre que Lá em cima você tem alguém
que te quer muito bem.

Quando uma dorzinha danada de doer,
vir bem lá no fundo e te fizer sofrer
Lembre que lá em cima você tem alguém
que te quer muito bem.

Ponha um sorriso bonito no seu rosto.
Deixe que as lágrimas lavem seu desgosto
E lembre que lá em cima você tem alguém
que te quer muito bem.

Comentários

  1. Excelente texto. Eu ainda não tinha atentado para esse ponto que você elucida.

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  2. Belo texto..domingo vou fazer uma palestra sobre o tema, e vou usar seu texto em alguns tópicos. Logicamente vou dar os créditos a você.

    Parabéns.

    Daniel Cruz

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    1. Espero que o texto tenha ajudado ao seu trabalho, DAniel.
      Grande abraço

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  3. Olá Xanda, gostei muito da mensagem, tanto que, assim como o Daniel Cruz, irei propagar a ideia. Parabéns e obrigada.
    Bjs Ana Gabriela (outra pessoa aprendendo a viver)

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