Por detrás das nuvens ... sempre há luz.

Agora a pouco dei uma chegadinha na varanda de casa para tentar ver a lua crescente, mas infelizmente as nuvens não permitiram. Tava tudo nublado, o céu estava fechado. Mesmo assim eu sabia que, por detrás daquelas nuvens, ela estava ali.
Eu conseguia perceber a sua presença, ver um pouco de sua claridade.

Penso que em alguns momentos da nossa vida nos sentimos meio como a noite de hoje: sabemos que temos a luz dentro da gente, porém não conseguimos enxergá-la.

E não a vemos porque há um monte de "nuvens" dentro de nós. 
Nosso céu interno está nublado.

E há tanta coisa que pode "empanar" essa beleza luminosa da nossa própria luz.
As vezes são as nuvens do desamor que nos apagam.
Em outras, o redemoinho da culpa envolve o nosso céu interno.
Há também momentos em que furacões tomam conta de nós: culpas, desânimos, desistências de lutar, de ser feliz, descrença.
Em alguns, tempestades de neve deixam gélidos os seus corações.
Há dilúvios que devassam suas certezas, suas bases, que arrastam tudo aquilo de bom que você tinha.

Mas, mesmo que o momento seja de tempestade, por trás das nuvens escuras, densas, ela está lá. A lua. Com sua calma luminosidade, sem nada forçar, nem agredir, ela está lá. Só esperando as nuvens dissiparem-se para reaparecer com toda sua beleza.

Ela sabe que há períodos do ano em que a chuva precisa chegar.
Mesmo aparentemente um mal, ela, a chuva, significa na verdade limpeza, renovação, requalificação de ambientes antes infestados de energias negativas, doentias, deletérias. É no período do inverno que a atmosfera se renova, principalmente depois de muitos dias chuvosos. Depois que eles passam o ar parece que ficou mais leve, mais sereno, melhor até de se respirar.

E o sol, que também estava escondido, reaparece.
E a lua, que estava ali fazendo seu passeio tranquilamente, dá "o ar de sua graça".
E a natureza recebe com alegria o calor benfazejo do astro rei sobre si.
E o lago recebe com prazer o prateado caminho do luar a se desenhar em seu leito.
E a vida volta a pulsar de forma mais bela.

É, realmente a vida é assim.

O danado é que a gente esquece que, por detrás das nuvens que insistem em cobrir o nosso Ser, há uma linda luz acesa: o nosso Eu Divino. Aquilo que sou em essência, em plenitude.

E por mais que os períodos nebulosos insistam em permanecer dentro do ser há um momento em que a vida pede: faça-se luz. 
E a luz será feita.
E a lua volta a brilhar.
E a noite deixa de assustar.
E a vida volta a encantar.

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