Se você não cuidar do seu jardim, ele morre...

Rapaz, tomei um susto essa semana.
Cheguei na varanda de casa e fui olhar algumas plantas que insisto em ter. Sim, o objetivo é deixar o apartamento mais "humano". E dei de cara com uma cena curiosa: num é que eu quase consegui "matar" um pé de "comigo ninguém pode"?!!

Gente!!!!
Isso é o que eu chamo de um feito e tanto, pois pense numa danada de planta resistente pra caramba?!! Não é a toa que dizem que ela é boa para absorver energias negativas da casa. Mas, o fato, é que eu quase matei a dita cuja.

Olhando os outros três vasos vi que a situação das demais, se não tão drástica, era periclitante. Imediatamente me pus a postos para tentar "salvar as bichinhas": comprei húmus para colocar na terra. dei uma poda em umas folhas já mortas ou a meio caminho disso, coloquei água e comecei a bater um papo com elas (fazia tempo que eu não conversava com as minhas plantinhas). O aspecto geral delas já deu uma melhorada, mas ainda vai levar uns dias para elas voltarem a ficar "viçosas".

E nessa terapia das plantas, me peguei na reflexão da vida.
E mais uma vez vi o quanto somos, literalmente, parte integrante do sistema bio-sócio-ambiental deste ser chamado Terra. Porque o que aconteceu com as minhas plantinhas é muito, mas muito similar ao que acontece conosco, seres humanos, quando "deixamos de nos cuidar". Sim, porque a falta de trato, de água, de cuidados é o que fez meu pobre pé de "comigo ninguém pode" praticamente perecer. E quantos de nós não "perecemos em vida" da mesma forma, pela simples ausência de "trato".

É bom esclarecer logo que não estou aqui falando de "cuidar do exterior" ou de "vaidade extrema", apenas. Falo do cuidado necessário que cada um de nós deve ter por si para que se mantenha viçoso, alegre, vivo, forte, feliz. Falo dos cuidados com o nosso EU interno, aquilo que somos ou carregamos no íntimo, no coração.

Assim como abandonamos as plantas do nosso jardim, em algumas ocasiões da vida nós fazemos o mesmo com o "nosso jardim interno". Deixamos que nele falte o sol da esperança que aquece o coração; a água da esperança que molha o solo interior; esquecemos de colocar o adubo da autoestima diariamente para manter a terra rica de proteínas importantes para que nossa "planta interna" possa ir crescendo bonita, forte; e de, vez por outra, dar uma podada nas ervas daninhas que podem sufocar o desabrochar da semente.

Quando isso acontece, não tem pra onde: é problema na certa!!!
Uma plantação interior que não é cuidada com amor e carinho pode se transformar num árido solo, seco, esturricado, sem vida, ou seja, sem amor nenhum por si e pelo que lhe cerca. Em outros casos, as ervas daninhas da culpa ou o matagal do remorso crescem tomando conta de todo o terreno. E ai, quando olharmos para ele o veremos todo "morto ou tomado pelo descaso" e a tendência natural é a de ficarmos tristes, deprimidos e, normalmente, nos acomodarmos na assertiva: agora não tem mais jeito, está tudo perdido, não tenho como mudar isso!

Mas, o bom jardineiro sabe que, por detrás de um terreno espinhoso, seco e aparentemente sem jeito, sempre há a possibilidade de surgir um belo jardim. Claro, isso vai custar a ele tempo, determinação, paciência e confiança de que pode transformar aquele lugar aparentemente árido e sem cor num recanto colorido, perfumado e bonito. E se ele quer que o negócio aconteça mesmo, o grande lance será "começar já a botar a mão na massa"!!!

E pra iniciar ele vai ter que ir retirando o mato, as plantas espinhosas, o que não presta, para poder ter uma ideia real do terreno. Afinal, ele quer um jardim com outras flores e plantas e aquelas que ele encontrou ali não combinam com o seu planejamento do ambiente. No nosso caso isso significa que teremos que mergulhar em nós e sair catando o lixo que está acumulado no nosso Eu para jogá-lo fora. Algumas dessas "plantas daninhas" são: desamor, baixa autoestima, mania de "vitimose", culpa, medo, orgulhos. 

Podar algumas plantas que antes vicejavam e agora estão praticamente "mortas" também é preciso. Então é tirar da árvore da esperança os galhos mortos da desesperança; da trepadeira da fé a descrença. Daí colocamos o adubo da oração, o húmus da confiança, a água da humildade e, claro, não podemos esquecer de deixar o sol da serenidade e a brisa da paciência bater no nosso jardim para que possa, aos poucos, ir ressurgindo novamente em cores.

E depois de tudo isso, voltando a cuidar diariamente desse espaço tão bonito e tão importante que é você mesmo, verás que belezura de campos verdejantes e multicor vão surgir de onde nem imaginavas!!! É quando o jardim está belo que voltam a aparecer as borboletas, os beija-flores, os sabiás, os bem-te-vis, e as abelhas. Afinal, eles só se aproximam do que é belo para eles, das plantas que exalam um odor agradável, saudável.

Eis a surpresa da vida. De onde menos se espera, surge beleza. 
Não é a toa que a melhor simbologia para isso que digo é a do lírio que brota mesmo estando no meio do lodo. Assim é o nosso Ser Divino: basta que a gente queira para que ele volte a exalar a beleza com que foi criado. 

E se você é daqueles que anda "esquecido do seu jardim", aproveita esse início de semana para começar a cuidar dele. Ainda dá tempo de fazer ele florir!

Boa semana.

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