Obrigada 2014. Que venha 2015.

E o calendário dos homens informa: faltam poucas horas para o final de mais um ano.
Encerra-se 2014. Começa 2015.
Fecha-se um ciclo. Abre-se outro.
Termina uma etapa. Outra tem início.
E assim regem os homens a sua vida, pelo iniciar e concluir de fases, etapas, ciclos.

No fundo nada muda, porém o passar dos dias do calendário faz com que haja um trabalho muito mais psicológico do que físico em nós. Mentalmente é como se nos livrássemos de algo que já foi muito usado, que já deu tudo o que tinha que dar, está desgastado, para adquirir, tomar posse de outro novo, zerado.

E 2014, certamente, é algo que muita gente vai querer "descartar" da memória e, se possível, do calendário mental. Mas, será que de fato ele foi tão ruim assim?!!!
Vamos pensar juntos...

Conceitua-se um ano como bom se tudo sair "conforme desejamos": se tudo estiver certo em nosso emprego, se não tivermos nenhum problema de saúde, se não houver nenhuma morte na família ou próximo de nós. Se não houve grandes intercorrências em nossa existência definimos esse ano como "um bom ano".

Porém, quando num período de 365 dias nós obtemos perdas, sejam de pessoas próximas, emprego, relacionamentos; se passamos por privações ou por problemas de saúde que nos preocuparam, imediatamente taxamos aquele ano como sendo um mau ano.

Para muita gente, não tenho dúvidas de que 2014 se enquadra na segunda categoria acima citada. Mas, será que nós poderíamos defini-lo de forma tão simplista assim? Será que não há nada de bom neste período que finda nesta quarta-feira?

Eu acho que há.
É uma limitação do ser humano observar as coisas a partir do seu próprio ego e da satisfação do mesmo. Tudo o que o agrada é bom. O que o contraria é mau. Entretanto, a dualidade é um característica da vida e de tudo o que acontece nela, incluindo os acontecimentos que nos chegam.

Acho que o "grande lance" não é o que ganhamos ou deixamos de ganhar ao longo de um ano, mas sim, o que aprendemos com tudo aquilo que nos aconteceu nesse período. Que aprendizados a vida nos convidou a fazer? E nós, soubemos aproveitá-los? Agarramos a oportunidade para crescer, nos transformar, fazer as mudanças necessárias?

Vejo que um dos grandes ensinamentos de 2014 foi o desapego.
Foi preciso desapegar de coisas, de pessoas, sair do comodismo de sermos "dependentes" de algo ou de alguém para ser e existir. Muitos pseudos "alicerces" de nossa segurança foram colocados em xeque, fomos jogados no mar bravio da dúvida, do medo do desconhecido. E esse desconhecido, em muitos casos, eramos nós mesmos. 

Também foi preciso desapegar de velhos conceitos, costumes, de velhas armadilhas do nosso Ego, de algumas de nossas máscaras. E isso incomodou e muito. A vida parece que resolveu sacudir todo mundo do lugar cômodo em que se encontravam, do marasmo da mesmice, da acomodação. A palavra de ordem deste ano foi: acorda!!!

Eu, particularmente, termino 2014 com um profundo sentimento de gratidão, de agradecimento pelos 365 dias que vivi.

Quantas descobertas importantes, libertações, encaminhamentos, novos direcionamentos esse ano me proporcionou. Alegrias, dores, sorrisos, lágrimas, falas, silêncios, términos, reinícios, encontros, desencontros. Teve de tudo.
E foi um ano lindo.

Por isso acho que é preciso ampliar nossa visão do que seja a vida.
Precisamos sair do imediato, da ilusão do que os "olhos querem ver do lado de fora" para fugir do que incomoda do lado de dentro, para aprendermos a ler nas entrelinhas dos acontecimentos as verdadeiras histórias a serem contadas e narradas.

Viver é um desafio constante. Porém, mas desafiante do que os fatos materiais que cercam nossa existência, é perceber aqueles que estão em nosso íntimo, esses sim, os verdadeiros balizadores de nossas alegrias ou desventuras.

Por isso, convido você a repensar sua análise de 2014 e, mais ainda, projetar para 2015 aquilo que desejas que seja diferente. Serão as suas emoções e sentimentos os grandes "demarcadores" dos seus anos bons ou maus. Escute-os e, garanto, você não vai se arrepender.

À você que, ao longo desse ano que finda, acompanhou minhas mal traçadas linhas desejo que o novo ano não "nasça" apenas em seu calendário, mas acima de tudo, dentro do seu coração.

Obrigada 2014. Que venha 2015.
Um bj grande e até o ano que vem!
Xanda 

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