Todos temos um Darth Vader dentro de nós.


Olá pessoas, tô de volta.
Hoje resolvi dar uma passadinha por aqui pra conversar sobre um tema que andou "nas rodas", da segunda quinzena de dezembro pra cá: o filme Star Wars.

Mas calma!!!
Não estou aqui para falar do filme em si (que particularmente eu amei e já quero ver de novo!), mas do que a história traz de ensinamento para nós. Sim, porque até num filme de ficção a gente tira reflexões e, porque não dizer, aprendizados para nossa vida. Então vamos lá.

Qual é o mote da história do Star Wars?
A luta pelo domínio da Força. Segundo o enredo, a força é um dom que algumas pessoas possuem e que as faz ter um controle mental diferenciado, uma capacidade de controlar a energia que a cerca. Ela não escolhe as pessoas pela condição moral dela, vem pra todos, mas é algo a ser usado para o bem, para promover a paz, a segurança e a ordem. Seus detentores são denominados guerreiros Jedis e possuem um sabre de luz que os ajuda nas batalhas. Eles são treinados para controlarem "a força" a partir do equilíbrio de seus sentimentos e emoções, vibrando só no bem e no belo.

Entretanto, alguns debandam para o "lado negro da força", ou seja, não aceitam servir ao próximo, mas sim, comandar, coagir, dominar. Eles se embriagam com o poder que percebem em si e se iludem com ele, buscando assim um prestígio ilusório pautado na violência e subjugação do seu semelhante. E tudo começou com o Anakin Skywalker numa galáxia distante ...

Anakin era um jovem com poderes Jedi que é levado para a sede do império para ser treinado. Desde cedo, o garoto demonstrava uma aguçada inteligência e forte intuição. Criado apenas pela mãe, tem uma ligação emocional muito grande com ela. Descoberto por um mestre Jedi, Anakim é considerado o "escolhido de uma profecia" que dizia que ele traria o equilíbrio à força. Esta, era perceptivelmente diferenciada nele, entretanto, apesar das suas imensas capacidades mentais, nosso jovem Jedi era instável em seu emocional. Ele possuía um medo: o de perder a sua mãe.

Apesar dos ensinamentos e treinamentos, Anakim se deixa levar pelo ódio ao ver sua mãe morrer em seus braços depois de ser torturada pelo "povo da areia". Descontrolado, ele assassina a todos do acampamento onde a mãe estava presa, como uma forma de vingança. Ai acontece o primeiro desequilíbrio emocional violento do nosso herói.

O segundo grande abalo viria de sua paixão arrebatadora pela senadora Padmé Amidala, a quem devia proteger. Eles se casam em segredo (quebrando outra regra dos cavaleiros Jedis) e tempos depois ela anuncia que está grávida. Anakim começa então a ter sonhos premonitórios, onde vê Padmé morrendo na mesa de parto logo depois de dar à luz, e mais uma vez o medo da perda vem à tona embotando o discernimento do nosso herói. Ele então "se vende" para os Sith, na ilusão de salvar a amada, e passa a ser comandado por um representante do mal, o Darth Sidious. Começa ai a derrocada do guerreiro que, ao recear ficar sem a esposa, termina perdendo a si mesmo, transformando-se no famoso e temido Darth Vader. 

Tô fazendo um "resumo resumido" para que você, meu caro leitor que não curte o Star Wars, possa entender do que pretendo falar.

Veja que o que levou o nosso candidato a herói para a derrocada foi aquilo que ele trazia dentro de si mesmo, e não o poder que possuía. Os dons eram ferramentas a serem utilizadas, apenas isso, mas a forma de usá-las e sua finalidade, isso sim, fazia a diferença.

Se formos olhar direitinho, cada um de nós possui um Darth Vader dentro de si. 
Temos em nosso íntimo as possibilidades iguais de nos tornamos belíssimos cavaleiros do lado luz, ou tenebrosos soldados das sombras que habitam dentro de nós mesmos. O que vai definir isso é a forma como nós nos comportamos diante das dores e alegrias que a vida nos oferta como oportunidades de aprendizado ao longo de nossa existência.

Anakim não tinha inteligência emocional para administrar perdas. Seu maior medo não era de monstros ou soldados externos, mas sim, dos internos, daqueles que lhe diziam que ele ficaria sem as pessoas que amava. Era o seu "apego" emocional a uma estabilidade que vinha de fora, e não de dentro de si, que o deixava vulnerável. E esse foi o motivo da sua derrocada. 

Quantas vezes isso acontece com a gente?
Quantos de nós não nos deixamos levar pelo nosso lado sombrio em vários momentos da vida? O medo de mergulharmos naquilo que realmente somos, de reconhecer o que está escondido no mais profundo de nós, nos torna vulneráveis a tudo o que vem de fora e, porque não dizer, à nossa própria inconsequência. Ficamos assim, a mercê dos fatos e dos acontecimentos, reagindo e não agindo diante da vida.

Alguns exemplos? Vamos lá. Vaidade, orgulho, melindres, motivados pela insegurança de não sabermos nosso real valor e que nos levam a competir e querer derrubar o outro, seja no ambiente de trabalho, religioso, social?! Raivas, mágoas e ódios quando nos vemos atingidos naquilo que nos é mais caro, valioso, como amizades, relacionamentos?!

Quantos não deixam de viver, se entregam à depressão, síndromes de pânico, melancolias, por não administrarem separações de entes queridos, seja pela morte, por uma separação física ou o fim de um relacionamento? E o que dizer daqueles que desistem da vida porque não conseguem encontrar dentro de si a coragem para mudar ou o auto-amor? Há ainda, aqueles que se paralisam diante da existência pela culpa e o remorso, ficando presos ao medo de viver. 

Há também os que derivam "para o lado negro da força" devido às ilusões que constroem para si de grandeza, superioridade, invencibilidade. As vezes nem percebem isso, acham que estão realmente trabalhando para o bem, para uma causa nobre, mas em verdade estão apenas objetivando o destaque, o prestígio, a idolatria, como uma compensação para a sua baixa auto-estima?!

É meus caros e persistentes leitores, o lado negro da Força também está em nós. 
Mas, nós podemos vencê-lo!

Sim, porque dentro da gente também há os guerreiros Jedis do bem, a turma da luz. Esses são forjados na luta do dia a dia, mas não se deixam levar pelos sentimentos e emoções menores. Eles são destemidos, corajosos, altruístas, vivem para ajudar ao próximo. Possuem sabedoria, força e até destaque, mas não se iludem com a vaidade e o poder, pois sabem que ele é transitório e apenas um instrumento para que eles possam fazer o bem. Eles se educam para assumir o que sentem, mas não para serem dominados por isso. Controlam suas emoções e sentimentos e as usam de forma sábia. Aprendem a perdoar, a tolerar, e conseguem dissolver querelas, disputas. Estes amam a si e ao seu semelhante.

Eis o nosso desafio existencial.
Todas as filosofias e religiões falam que nossa grande missão na vida é aprendermos a usar o nosso lado Divino, o nosso lado luz, a desenvolver o lado do bem em nós. Mas nós continuamos a optar, na maioria esmagadora as ocasiões, a alimentar o lado mais fácil, ou seja, o do instinto, o sombrio. Afinal com esse não precisamos fazer força é só dar-lhe vazão. 

Desenvolver nosso lado luz dá muito trabalho!
A gente tem que identificar, conter e redirecionar o que sentimos. E, vamos combinar, pense num trabalhinho incômodo?! É pauleira. Mas, assim como no treinamento Jedi, precisamos passar por testes de paciência, tolerância, desprendimento, resignação, força e determinação para vencer, não o que está fora, mas o que habita dentro de nós mesmos. Normalmente teremos que agir de forma diferenciada da "grande massa", e com isso sermos tachados de covardes, alienados, bestas ou "carolas". 

Porque, se o que estiver dentro for sólido, conhecido, nada que vier de fora pode nos mudar de rumo ou desestruturar. Uma vez luz, sempre luz.

Por isso desejo que nessa semana que se inicia, você possa investir no seu lado bom. Procure se conhecer, assuma suas fraquezas, e transforme-as em seu muro de sustentação sólido, forte, para encarar as dificuldades e desafios da vida. 

Lembre-se: nós sempre podemos vencer o nosso lado sombra ou negro. Basta jogar luz nele. 

E que a Força esteja com você!!   ;)
Boa semana.  

Comentários

  1. Adorei, muito verdadeiro.Vamos nos esforçar pra melhorar porque é bom pra nós mesmos em primeiro lugar e consequentemente será bom para outras pessoas que nos cercam.

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