Para olhar as estrelas.

E dentro da noite insone penso nas estrelas perdidas,
aquelas que não mais são contempladas por nós.
Quanto desperdício viver sem amar,
magoar-se para o infinito, fechar-se para o amor.

Ah, penso nas estrelas que não mais contamos
na noite escura do céu outonal.
Erros, tropeços, recomeços.
Tantas tentativas vãs de se reencontrar,
e nem percebíamos que mais nos afastávamos.

Ah, que serão das estrelas que não mais contemplamos,
porque ficamos fechados em nosso próprio egoísmo e medo.
Tentativas frustradas de ser feliz, negando o que se sentia.
Doce ilusão.

Mas para se olhar as estrelas com novo olhar
é preciso descer aos infernos para depois ressurgir
sentir sua própria dor, afundar.


Para em seguida renascer das cinzas renovado
reencontrado, pleno, completo.
E só assim voltar a olhar as estrelas e ser feliz.





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