Choro...



No silêncio da noite eu choro.
A alma está em paz, mas a saudade se faz presente.
A certeza de uma despedida que se faz premente,
de alguém que parte, para não mais voltar.

Quão efêmera é a vida!
Quão rápida, fugaz, iminente é a morte.
Quão desafiante é entender a fragilidade da vida.
Como é bom saber que ela continua.

Não choro pela certeza do fim. Não.
Choro pela saudade da presença.
Pela bem querença,
à alguém que vai partir.

Assim é a vida e esses somos nós, seres humanos.
Não damos valor quando estamos juntos,
mas lamentamos quando nos afastamos.
Como se a finitude da matéria nos chamasse para a realidade.

Choro pela presença que se torna ausência.
Pelas palavras não ditas a alguém querido.
Rezo pela vontade de vê-la alçar voo e se libertar,
de tudo aquilo que a fez chorar.

Ah, mas desses apenas do corpo nos libertamos,
pois das dores da alma, dessas não nos apartamos.
Elas nos acompanham para onde vamos.
E essas só o tempo nos faz curar…

*texto escrito na noite de 7 de setembro de 2018

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